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Medeia e Aristóteles
Tipo de projeto
Fotografia
Data
Abril 2023
As desgraças, nas tragédias, afetam os personagens deixando-os expostos e vulneráveis. Exemplo disso é a própria Medeia da obra de Eurípides: ela não esperava a traição de seu marido Jasão, tampouco a desvalorização dos seus sentimentos por ele. E a ação desprezível e desumana dela, o filicídio, acaba sendo uma resposta – mesmo que insensata e ruim – para as circunstâncias que estavam fora de seu controle: a infidelidade e a quebra das regras da philia de Jasão. Podemos dizer então, que a falta do domínio das ações do outro aumenta, e muito, as chances de haver engano quanto às escolhas que cada indivíduo pode optar. Desse modo, a certeza do inevitável, isto é, de que a natureza pode agir independente da vontade individual, ou de que os indivíduos podem agir conforme suas próprias motivações e vontades, tal qual é mostrado nas tragédias gregas, fizeram alguns filósofos darem ênfase na universalidade e no controle das ações pela perspectiva racional. Como nosso foco também é Aristóteles, ele, em sua Ética a Nicômaco, enfatiza o equilíbrio das emoções para o bem viver do agente em sociedade, retomando, em alguns momentos desta obra, o papel da fortuna e o que ela pode causar no indivíduo.

